Veja se sua instalação precisa da proteção e da segurança regulatória do SPDA em momentos de imprevisibilidade
Imagine uma tempestade forte na sua região, com raios caindo sem aviso, e de repente a linha de produção da qual você faz parte para por completo.
Durante esse momento, máquinas são danificadas, equipe fica em risco de acidentes e prejuízos se acumulam a cada hora.
Como profissional de uma indústria ou fazenda de grande porte, você já sentiu essa angústia?
Se sim, você não está sozinho. No Brasil, onde o agronegócio e operações comerciais dependem de infraestrutura confiável, um raio pode transformar uma rotina produtiva em um caos financeiro e humano.
Isso sem levar em conta inspeções surpresas que revelam falhas, levando a multas e paralisações que devoram o potencial financeiro.
A seguir, você vai saber se seu imóvel precisa de SPDA e quando é necessário renovar a estrutura de proteção contra os imprevistos anteriormente citados que deixam a infraestrutura elétrica vulnerável.
1. Como Determinar a Necessidade do SPDA

Engenheiro autorizando demanda.
Primeiramente, a obrigatoriedade de SPDA não se decide por “regra de bolso” ou apenas pela altura da edificação.
Em vez disso, a norma vigente (ABNT NBR 5419-2) determina a análise de risco considerando múltiplos fatores: tipo de ocupação, perdas potenciais (pessoas, patrimônio, serviços), densidade local de descargas (obtida de mapas do ELAT/INPE) e características construtivas.
Como resultado, obtém-se a classe de proteção (I a IV), que direciona o nível de desempenho do sistema.
Em paralelo, as instruções técnicas dos Corpos de Bombeiros estabelecem requisitos específicos que podem variar entre os estados. Do mesmo modo, seguradoras incluem cláusulas que exigem comprovação formal de conformidade na emissão e renovação de apólices.
Consequentemente, estruturas sem SPDA adequado podem enfrentar aumentos de prêmios de seguro significativos ou até mesmo negativa de cobertura.
Além disso, a Norma Regulamentadora 10 (NR-10) adiciona outra camada de exigência, especialmente para instalações com cargas acima de 75 kW.
Por fim, para estruturas acima de 30 metros ou áreas construídas maiores que 1.500 m², a proteção torna-se mandatória segundo os códigos de edificações locais.
2. O Que Caracteriza um SPDA Eficaz: As Quatro Camadas Essenciais

Estrutura de um SPDA eficaz.
Em síntese, um SPDA que realmente protege integra quatro camadas coerentes entre si, e a falha em qualquer uma delas compromete todo o sistema.
2.1. Captação e Zona de Proteção
Nesse sentido, a captação deve definir corretamente a zona protegida com o método adequado à geometria da edificação. Ou seja, não basta instalar hastes aleatoriamente – é necessário calcular ângulos de proteção e garantir cobertura completa.
2.2. Descidas e Continuidade Elétrica
Além disso, as descidas precisam de rotas definidas, seções adequadas e conexões contínuas e mecanicamente íntegras.
Particularmente em ambientes industriais com vibrações constantes, microfraturas podem se desenvolver, reduzindo a eficiência do sistema em até 40%.
2.3. Aterramento de Baixa Impedância
Por outro lado, o aterramento deve oferecer baixa impedância e integridade ao longo do tempo, com malhas ou anéis e pontos de inspeção acessíveis.
Em locais onde a resistividade do solo varia drasticamente entre períodos secos e chuvosos, pode ser necessário reforçar malhas com anéis perimetrais ou hastes adicionais.
2.4. Proteção Interna Contra LEMP
Sobretudo, esta é a camada mais negligenciada e que concentra grande parte dos prejuízos. Dessa forma, a proteção interna contra LEMP (Lightning Electromagnetic Pulse) deve coordenar DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos) por níveis – Tipos 1, 2 e 3 –, definir zonas de proteção (LPZ) e executar a equipotencialização correta de massas e linhas.
Sem isso, a descarga “entra” por cabos de força e sinal, atingindo CLP’s, CCM’s e sistemas de TI/OT mesmo quando a captação externa parece adequada.
3. Sinais Críticos de que Sua Edificação Precisa de SPDA ou Renovação

Local sensível para substâncias inflamáveis.
3.1. Operações com Equipamentos Sensíveis
Se sua operação depende de automação pesada, CLP’s, inversores de frequência ou sistemas de TI críticos, o risco de tempo de inatividade por surtos é três vezes maior sem SPDA adequado.
Além disso, raios indiretos – aqueles que não atingem diretamente a estrutura – respondem pela maior parte das falhas em instalações rurais, danificando eletrônicos sensíveis como sensores de umidade em pivôs de irrigação.
3.2. Presença de Materiais Inflamáveis ou Explosivos
Em especial, em depósitos de combustíveis, fertilizantes ou produtos químicos, comuns no agronegócio, a ausência de SPDA pode invalidar apólices de seguro e elevar prêmios significativamente.
Em regiões expostas, com densidade de 15–20 raios por km²/ano, indústrias com substâncias voláteis enfrentam fiscalizações rigorosas e multas elevadas por não conformidade.
3.3. Integração com Energia Renovável
Da mesma forma, plantas com telhados metálicos e geração fotovoltaica exigem atenção especial. Em particular, strings e inversores necessitam de DPS dedicados no lado CC e CA, roteamento de cabos coerente com zonas de proteção e equipotencialização das estruturas do telhado.
Assim, o SPDA previne “inversão de fluxo” que pode danificar inversores, causando perdas significativas em instalações híbridas.
3.4. Histórico de Surtos ou Falhas Elétricas
Se, porventura, sua instalação já sofreu com queima de equipamentos durante tempestades, disparos intempestivos de disjuntores ou falhas em sistemas eletrônicos após descargas atmosféricas próximas, então estes são sinais claros de proteção inadequada ou inexistente.
3.5. Exigências Regulatórias e Contratuais
Além do mais, ampliações recentes, mudanças de layout que afetam zonas de proteção, instalação de novos equipamentos críticos ou requisitos de clientes e parceiros comerciais podem tornar o SPDA mandatório, mesmo que anteriormente não fosse necessário.
4. Aspectos Técnicos Frequentemente Negligenciados

DPS em sinal típico de desgaste
4.1. Distâncias de Separação e Centelhamento
Notadamente, descidas roteadas muito próximas a estruturas metálicas ou painéis criam risco de centelhamento. Por isso, exige-se cálculo da separação e, quando necessário, medidas compensatórias como isolação, novo roteamento ou equipotencialização.
Trata-se de um ponto recorrente em reprovações durante auditorias.
4.2. Degradação de DPS
Com o tempo, os dispositivos de proteção contra surtos possuem componentes que se degradam . Logo, o laudo deve registrar seus indicadores de fim de vida e estabelecer plano de substituição por criticidade.
Caso contrário, DPS degradados oferecem proteção apenas aparente, deixando sistemas vulneráveis.
4.3. Metodologia de Medição de Aterramento
Para ter valor probatório, medições de aterramento precisam do método declarado (por exemplo, queda de potencial), com registro das posições e distâncias dos eletrodos auxiliares, condições do solo e época do ano.
Onde a resistividade varia com a sazonalidade das chuvas, comparar resultados de épocas diferentes sem esses metadados inevitavelmente leva a conclusões erradas e conflitos em auditorias.
5. Periodicidade de Inspeções e Manutenção

Cronograma de inspeção.
Conforme a norma específica, existem diferentes periodicidades baseadas no nível de risco e condições ambientais. Em ambientes de corrosão severa, maritimidade ou atmosferas industriais agressivas, revisões anuais são mandatórias.
Para serviços essenciais, como hospitais e data centers, a mesma frequência se aplica. Nas demais estruturas, os intervalos podem chegar a três anos, sempre conforme a análise de risco.
Além disso, gatilhos para reinspeção antecipada incluem ampliações da edificação, substituição de componentes do SPDA, mudanças de layout que afetem zonas de proteção, instalação de sistemas fotovoltaicos e suspeita de impacto direto de raio.
Por isso, é recomendável programar inspeções e medições antes do período chuvoso mais intenso.
6. Documentação Essencial para Conformidade

Análise de documentação.
Para acelerar aprovações, um dossiê completo e auditável deve conter relatório técnico, análise de risco e determinação da classe de proteção, medições com método descrito e croquis de posicionamento, registro fotográfico técnico com identificação dos pontos críticos, plantas atualizadas “as built”, memorial descritivo e histórico de inspeções e manutenções corretivas.
Assim, essa documentação não apenas agiliza Corpo de Bombeiros e seguradoras, como também protege juridicamente a empresa em caso de imprevistos. Em auditorias, o que não está documentado tende a ser interpretado como não executado, podendo resultar em penalidades significativas.
7. Execução Sem Interrupção das Operações

Fluxo de atividades contínuo.
Na prática, a maior parte das adequações de SPDA pode ser realizada com a planta em operação, trabalhando-se por zonas e janelas de manutenção.
Desse modo, conexões e descidas são corrigidas por trechos, DPS são coordenados painel a painel, equipotencialização é reforçada por setores e validações finais ocorrem etapa a etapa.
Por fim, procedimentos de bloqueio, sinalização e Permissão de Trabalho conforme NR-10 mitigam riscos e evitam desligamentos amplos.
8. Conclusão
Em síntese, determinar se sua edificação precisa de SPDA é essencialmente aplicar a análise de risco, considerando não apenas requisitos normativos, mas também o contexto operacional específico de sua instalação.
Portanto, em regiões com alta exposição a descargas, isso se traduz em menos paradas não programadas, aprovação mais ágil de licenças, melhores condições de seguro e, principalmente, proteção efetiva de pessoas e patrimônio.
A Regulus Energia, qualificada para laudo e instalação de SPDA, oferece uma abordagem que prioriza evidências técnicas auditáveis e planejamento de execução que preserva a continuidade da produção.
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